LIMITES PARA PROTEGER
Imagine um rio. Agora imagine que suas margens desaparecem. Para onde vai a água? Em um rio sem margens, a água se perde, se espalha e é absorvida de volta para a terra. Como a água, a criança precisa de margens seguras até se transformar em um rio caudaloso que traça seu percurso. A margem sempre estará lá, dando o contorno necessário à sua trajetória.
Limites saudáveis fazem um marco protetor e estável e permitem à criança canalizar a sua energia de maneira construtiva, a gradualmente controlar seus impulsos e viver como um ser bom, um ser de bem. Como afirma a pedagoga Pilar Tetilla, “os pais são as bordas desse rio‐criança por muitos anos, até que nasça nela a consciência e o controle dos impulsos volitivos, os quais são muito fortes na tenra infância”.
Estes contornos fazem com que a criança se sinta cuidada, atendida e que gradualmente se torne mais resiliente. Assim, ela é capaz de passar do princípio do prazer e da onipotência do bebê - que tudo pode - ao princípio de realidade, a encontrar-se no contexto social humano e descobrir, aos poucos, o prazer da convivência.



