SENTEI MEU FILHO E AGORA?

Thais Lefcadito • November 10, 2021

O que acontece se já coloquei meu filho/filha em tais posições ou se já realizei tais práticas? Primeiro de tudo, não se trata de alimentar culpas, todos fazemos o melhor que sabemos e podemos a cada etapa. Trata-se sim de observar, transformar o olhar e redirecionar outras possíveis práticas. 


O legal da educação é que sempre somos capazes de ver onde tem espaço para melhora e para modificar as dinâmicas com nossas filhas/filhos. A partir de agora, como transformo minhas pequenas decisões do dia a dia e que influenciam na autonomia dessa criança? 



No caso específico de ter colocado a criança em uma posição que ela ainda não havia adquirido por ela mesma, dependerá de há quanto tempo isso aconteceu e de uma série de outras particularidades a serem analisadas caso a caso. 

O que podemos fazer?

Nos comentários vou descrever um pouco como poderia acontecer no caso de uma criança que foi colocada sentada apoiada em almofadas desde os 3 meses e que aos 8 meses não é capaz de se virar de barriga pra baixo por ela mesma, como exemplo. 


Mas em linhas gerais, o ideal é acompanhar a criança a fazer o processo por ela mesma, com calma, com delicadeza, preparando o espaço, acompanhando bem de perto e expondo o bebê às posturas que ele já dominava de forma autônoma como ponto de partida. Por períodos curtos, já que provavelmente o bebê vai protestar e a ideia é que volte a se sentir confortável nestas posturas.


O movimento deve acontecer a partir do próprio desejo e do prazer de se movimentar. Com alegria, com leveza. 


Está difícil? Vamos tentar em outro momento ou por um período mais curto. 


Não podemos fazer uma mudança radical com uma criança que já se acostumou com essa posição. Aos poucos iremos transformando dinâmicas.


E sempre (SEMPRE) temos a possibilidade de acompanhar novas conquistas com outro olhar.

Que tal começar hoje?

No exemplo que comentei acima: os passos de forma mais detalhada seriam: 


  • Preparar um espaço acolhedor (e firme) no chão. Evitar qualquer tipo de material que desvie a atenção do próprio corpo e movimento (leia-se ginásio de bebês, coisas penduradas etc). Podemos sim deixar alguns objetos selecionados a seu alcance (não tão longe que a criança não alcance, e tampouco daremos em suas mãos)


  • Em um momento em que o bebê estiver tranquilo, vamos colocá-lo no chão, acompanhando com nosso gesto e usando algumas poucas palavras. Para que ele/ela não associe essa ação com qualquer tipo de mal-estar, evitaremos fazer isso em momentos de fome, sono etc.


  • Podemos sentar bem próximos do bebê a princípio, e em um segundo momento, com um pouco mais de distância, ainda assim, pendente e disponível.


  • Acompanhar com a palavra (poucas!), antecipando e descrevendo o que estamos fazendo, deixa o adulto mais tranquilo e permite à criança se preparar para o que vem a seguir. 


  • Podemos começar com espaços curtos de tempo. Se a criança começar a reclamar de forma mais forte, voltamos a acolher no nosso colo e repetimos este processo sempre que existam momentos de tranquilidade. Vamos ampliando gradualmente o tempo em que essa criança fica deitada de barriga pra cima e se movimenta por ela mesma.
RITMO
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Já falei sobre ritmo antes aqui, é um dos temas que mais intriga e guia durante o primeiro setênio. Qual é o seu ritmo? Como você estabelece um ritmo adequado com bebês? Com crianças mais velhas? Com mais de um filho? Por que ritmo e não rotina?
O QUE MUDA?
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Por que a gente acompanha as crianças do jeito que a gente faz? O que muda com as nossas pequenas decisões no dia a dia das crianças?
“SER ANDADO” OU ANDAR
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Aposto um dinheirinho que você também tem a imagem de um bebê começando a caminhar segurando o dedo ou a mão de um adulto. Muitos de nós crescemos assim. Inclusive nos enche de ternura, ver uma mãe ou um avô segurando as duas mãozinhas do bebê.
SER BALANÇADO OU BALANÇAR
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Como o bebê da primeira foto chegou ali? Sem dúvida com a ajuda de outra pessoa. Uma criança mais velha ou um adulto. Qual parte do seu corpo está realmente ativa? Que domínio ele tem sobre esse balançar? O controle e o protagonismo da brincadeira está na mão de quem balança. A velocidade, a intensidade, o quando parar.
OLHAR O COMPORTAMENTO SEM JULGAMENTO
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Quantos comportamentos dos teus filhos te tiram o sono, a leveza, o centro, e às vezes até a paz? Sem dúvida a gente já escutou mais de uma vez e em mais de um lugar (seja por profissionais da educação e por aquela sábia tia-avó que já criou mais de dez crianças) que simplesmente são:
COMO ACOMPANHAR CUIDADOS DESAGRADÁVEIS
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
O bebê ou a criança precisa tomar uma vacina? Vai ao médico olhar o ouvido em plena crise de otite? É preciso limpar seu nariz várias vezes ao dia? Quais alternativas temos para acompanhar de forma respeitosa essa criança, que deixa de ser um sujeito passivo nas mãos de adultos e pode, de alguma forma, conhecer e inclusive se envolver no seu próprio cuidado, ainda que não seja a coisa mais agradável do mundo?
CUIDADOS DESAGRADÁVEIS
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Estamos falando daquelas pequenas ações de cuidados que podem provocar reações muito desagradáveis. Tomar um xarope ruim para dor de garganta, uma vacina, limpar o nariz com soro fisiológico em um resfriado. Para algumas crianças, limpar a boca após a refeição ou lavar o cabelo no banho gera desconforto.
O ESPAÇO PESSOAL QUANDO TUDO SAI DO EIXO.
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
E já daria para escrever uns 3 e-books sobre o desafio de enfrentar a necessidade de previsibilidade das crianças, os tempos de adaptação, expectativa X realidade, rede de apoio e sobre como lidar com os perrengues e imprevistos com o máximo de leveza possível.
QUE O MATERNAR POSSÍVEL NÃO OFUSQUE A MÃE QUE QUERO SER
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Lendo o texto da @leticiagicovate na @revistatpm pensei em muitos dos textos que li nos últimos dois anos, desde a gravidez. Deliciosos como este, que trazem aquela sensação de alívio, aquele suspiro junto com um: “nossa, que bom que está tudo bem se eu não falar sempre cantando em pentatônico, se o caos também invadir a minha casa (e a minha mente) de vez quando e se _________ (tudo o que você achar que cabe aqui).”
VOCÊ CONHECE A RELAÇÃO DESTES 3 PRINCÍPIOS COM A PEDAGOGIA WALDORF? BONDADE, BELEZA, VERDADE.
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Nos seus primeiros anos, a criança depende bastante do cuidado, do alimento (em seu sentido amplo) e da orientação dada pelo acompanhamento do adulto.
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