O QUE MUDA? BARRIGA PRA BAIXO, BARRIGA PRA CIMA

Thais Lefcadito • November 9, 2021

A “hora da barriga” ou “tummy time” é a prática de colocar os bebês deitados de bruços, quando estão supervisionados, desde bem pequeninos. Essa ação, difundida entre cuidadores e muitas vezes incentivada por alguns pediatras, tem como objetivo estimular e fortalecer os músculos do pescoço e das costas e prevenir deformações do crânio. 

Observe as duas fotos

Qual parte do corpo um bebê colocado de bruços, sem ter chegado nessa posição por ele mesmo, consegue realmente movimentar?

Os seus movimentos de pernas e braço ficam limitados e, como ainda não são capazes de sustentar a cabeça por muito tempo, não podem explorar visualmente nada que exija um tempo mais prolongado. 


O que normalmente gera desconforto e choro até que alguém o coloque novamente em uma posição confortável. Em sua maioria, os bebês colocados nessa posição ficam incômodos e, se os observarmos com atenção, veremos os pequenos (ou grandes) sinais que nos comunicam,  mesmo quando colocamos qualquer “distração”. 

O que um bebê deitado de barriga pra cima consegue mover?

O bebê deitado de barriga pra cima move sua cabeça com rotações em diferentes direções, a partir dos estímulos que recebe ao seu redor, seja pela luz que entra pela janela, algum ruído que escute vindo da rua ou de outra parte da casa, explora o ambiente com seus olhos, acompanha os movimentos do adulto que lhe acompanha. Desde que não tenha nada que restrinja seu movimento (como bebê conforto, almofadas, cadeirinhas de balanço etc), isso é suficiente para rebater a ideia de possíveis deformações de crânio. Os bebês são naturalmente propensos a arredondar a parte de trás de suas cabeças virando-as de um lado para o outro. 



Ele moverá também seus braços, mãos e pernas em um conjunto complexo de movimentos livres. Assim, começa a experimentar e a testar diferentes gestos, primeiro desfrutando do próprio corpo como brinquedo e, logo, com manipulações mais variadas e ricas de objetos.



Resumindo: a riqueza e a plasticidade de movimentos de um bebê deitado de barriga para cima é justamente o que lhe permitirá conquistar por si próprio o “virar-se de lado” e posteriormente de bruços (e todas as posições intermediárias). Até que os bebês sejam capazes de rolar para a posição de barriga por conta própria, a maioria deles acha isso desconfortável, imobilizante e, sem dúvida, altamente desanimador.


A partir da abordagem Pikleriana, com estudos amplamente documentados, é possível observar que o bebê, na posição de barriga para cima em uma superfície firme em horizontal, realizará de forma espontânea todos os movimentos que precisa para conquistar as posições seguintes, inclusive virar de barriga para baixo sozinho. 


Sob hipótese alguma isso quer dizer que é só deixar a criança no chão e pronto. Ela precisa de um acompanhamento presente, que o faça sentir seguro e atendido, e um espaço adequado para isso. Como isso aconteceu ou acontece na tua casa? O que você tem observado?

Continuando a reflexão do último post...

Um bebê colocado de bruços, sem ter chegado nessa posição por ele mesmo, tem seus movimentos de pernas e braços limitados e, como ainda não são capazes de sustentar a cabeça por muito tempo, não podem explorar visualmente nada que exija um tempo mais prolongado. 


Isso normalmente gera desconforto e choro até que alguém o coloque novamente em uma posição confortável. Em sua maioria, os bebês colocados nessa posição ficam incômodos e, se os observarmos com atenção, veremos os pequenos (ou grandes) sinais que nos comunicam,  mesmo quando colocamos qualquer “distração”.

O que um bebê deitado de barriga pra cima consegue mover?

O bebê deitado de barriga pra cima move sua cabeça com rotações em diferentes direções, a partir dos estímulos que recebe ao seu redor, seja pela luz que entra pela janela, algum ruído que escute vindo da rua ou de outra parte da casa, explora o ambiente com seus olhos, acompanha os movimentos do adulto que lhe acompanha. Desde que não tenha nada que restrinja seu movimento (como bebê conforto, almofadas, cadeirinhas de balanço etc), isso é suficiente para rebater a ideia de possíveis deformações de crânio. Os bebês são naturalmente propensos a arredondar a parte de trás de suas cabeças virando-as de um lado para o outro. 


Ele moverá também seus braços, mãos e pernas em um conjunto complexo de movimentos livres. Assim, começa a experimentar e a testar diferentes gestos, primeiro desfrutando do próprio corpo como brinquedo e, logo, com manipulações mais variadas e ricas de objetos.


Resumindo: a riqueza e a plasticidade de movimentos de um bebê deitado de barriga para cima é justamente o que lhe permitirá conquistar por si próprio o “virar-se de lado” e posteriormente de bruços (e todas as posições intermediárias). 


Até que os bebês sejam capazes de virar de barriga pra baixo por conta própria, a maioria deles acha isso desconfortável, imobilizante e, sem dúvida, altamente desanimador.


Sob hipótese alguma isso quer dizer que é só deixar a criança no chão e pronto. Ela precisa de um acompanhamento presente, que o faça sentir seguro e atendido, e um espaço adequado para isso. 


A partir da abordagem Pikleriana, com estudos amplamente documentados, é possível observar que o bebê, na posição de barriga para cima em uma superfície firme em horizontal, realizará de forma espontânea todos os movimentos que precisa para conquistar as posições seguintes, inclusive virar de barriga para baixo sozinho. 

Como isso aconteceu ou acontece na tua casa? O que você tem observado?

RITMO
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Já falei sobre ritmo antes aqui, é um dos temas que mais intriga e guia durante o primeiro setênio. Qual é o seu ritmo? Como você estabelece um ritmo adequado com bebês? Com crianças mais velhas? Com mais de um filho? Por que ritmo e não rotina?
O QUE MUDA?
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Por que a gente acompanha as crianças do jeito que a gente faz? O que muda com as nossas pequenas decisões no dia a dia das crianças?
“SER ANDADO” OU ANDAR
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Aposto um dinheirinho que você também tem a imagem de um bebê começando a caminhar segurando o dedo ou a mão de um adulto. Muitos de nós crescemos assim. Inclusive nos enche de ternura, ver uma mãe ou um avô segurando as duas mãozinhas do bebê.
SER BALANÇADO OU BALANÇAR
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Como o bebê da primeira foto chegou ali? Sem dúvida com a ajuda de outra pessoa. Uma criança mais velha ou um adulto. Qual parte do seu corpo está realmente ativa? Que domínio ele tem sobre esse balançar? O controle e o protagonismo da brincadeira está na mão de quem balança. A velocidade, a intensidade, o quando parar.
OLHAR O COMPORTAMENTO SEM JULGAMENTO
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Quantos comportamentos dos teus filhos te tiram o sono, a leveza, o centro, e às vezes até a paz? Sem dúvida a gente já escutou mais de uma vez e em mais de um lugar (seja por profissionais da educação e por aquela sábia tia-avó que já criou mais de dez crianças) que simplesmente são:
COMO ACOMPANHAR CUIDADOS DESAGRADÁVEIS
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
O bebê ou a criança precisa tomar uma vacina? Vai ao médico olhar o ouvido em plena crise de otite? É preciso limpar seu nariz várias vezes ao dia? Quais alternativas temos para acompanhar de forma respeitosa essa criança, que deixa de ser um sujeito passivo nas mãos de adultos e pode, de alguma forma, conhecer e inclusive se envolver no seu próprio cuidado, ainda que não seja a coisa mais agradável do mundo?
CUIDADOS DESAGRADÁVEIS
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Estamos falando daquelas pequenas ações de cuidados que podem provocar reações muito desagradáveis. Tomar um xarope ruim para dor de garganta, uma vacina, limpar o nariz com soro fisiológico em um resfriado. Para algumas crianças, limpar a boca após a refeição ou lavar o cabelo no banho gera desconforto.
O ESPAÇO PESSOAL QUANDO TUDO SAI DO EIXO.
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
E já daria para escrever uns 3 e-books sobre o desafio de enfrentar a necessidade de previsibilidade das crianças, os tempos de adaptação, expectativa X realidade, rede de apoio e sobre como lidar com os perrengues e imprevistos com o máximo de leveza possível.
QUE O MATERNAR POSSÍVEL NÃO OFUSQUE A MÃE QUE QUERO SER
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Lendo o texto da @leticiagicovate na @revistatpm pensei em muitos dos textos que li nos últimos dois anos, desde a gravidez. Deliciosos como este, que trazem aquela sensação de alívio, aquele suspiro junto com um: “nossa, que bom que está tudo bem se eu não falar sempre cantando em pentatônico, se o caos também invadir a minha casa (e a minha mente) de vez quando e se _________ (tudo o que você achar que cabe aqui).”
VOCÊ CONHECE A RELAÇÃO DESTES 3 PRINCÍPIOS COM A PEDAGOGIA WALDORF? BONDADE, BELEZA, VERDADE.
Por Thais Lefcadito 10 de novembro de 2021
Nos seus primeiros anos, a criança depende bastante do cuidado, do alimento (em seu sentido amplo) e da orientação dada pelo acompanhamento do adulto.
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